A energia solar atingiu um marco inédito no Brasil: agora ela representa 22,2% da matriz elétrica do país. Com isso, se tornou oficialmente a segunda maior fonte de geração de energia elétrica, ficando atrás apenas das hidrelétricas. Os dados foram divulgados pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) e marcam um avanço histórico para o setor.
De telhados a grandes usinas: onde está essa energia?
Boa parte dessa potência vem das instalações em residências, comércios e fazendas: são mais de 37,6 GW em sistemas de geração própria, distribuídos em cerca de 5 milhões de telhados solares por todo o país. Além disso, outros 17,6 GW são gerados por grandes usinas solares conectadas ao sistema elétrico nacional (SIN).
Esse crescimento não é recente. Apenas em 2025, já foram instalados mais de 147 mil novos sistemas fotovoltaicos, abastecendo aproximadamente 229 mil pontos de consumo. Os investimentos somam R$ 251 bilhões desde 2012, com mais de 1,6 milhão de empregos criados e R$ 78 bilhões em tributos arrecadados.
Energia limpa que faz diferença
Não é só na economia que a energia solar impacta. Ao substituir fontes poluentes, o setor evitou a emissão de cerca de 66,6 milhões de toneladas de CO₂. Isso contribui diretamente para o combate às mudanças climáticas e para a construção de uma matriz elétrica mais limpa e sustentável.
Mas nem tudo são flores
Apesar da energia solar se tornar a segunda maior fonte, o setor solar ainda enfrenta desafios importantes. A Absolar alerta para o cancelamento de projetos por distribuidoras, além de dificuldades na conexão de pequenos sistemas à rede. Muitas dessas barreiras têm sido justificadas por “sobrecarga no sistema”, mas sem estudos técnicos conclusivos.
Outro problema está na falta de compensação adequada para empreendedores que investem em energia renovável. Isso pode desestimular novos projetos e desacelerar a transição energética no país.
O que esperar daqui pra frente?
A Absolar defende ajustes regulatórios que favoreçam a energia solar e dêem previsibilidade aos investidores. Com o potencial solar que o Brasil tem e com uma legislação mais estável, o setor pode continuar crescendo e trazer ainda mais benefícios para a economia, o meio ambiente e a população.
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Victor Antonioli de Moura é Engenheiro Eletrônico pelo Instituto Mauá de Tecnologia e Mestrando em Engenharia Elétrica pela Unicamp. Com 15 anos de experiência em energia fotovoltaica e eficiência energética, atuou em grandes distribuidoras e fabricantes de painéis solares e sistemas de iluminação. Atualmente, é Gerente de Suporte Técnico da Sunova Brasil.