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HJT vs. TOPCon vs. PERC: Qual a Melhor Tecnologia de Paineis?

HJT PERC TOPCon Cells

Introdução

Se você está considerando investir em energia solar, provavelmente já se deparou com termos como HJT, TOPCon e PERC. Mas qual dessas tecnologias realmente faz diferença para seu sistema fotovoltaico?

A escolha da passivação influencia diretamente na eficiência energética, durabilidade e custo-benefício do seu projeto. Neste artigo, vamos explorar as diferenças entre essas três tecnologias, suas vantagens e desvantagens, e ajudá-lo a determinar qual delas é a mais adequada para as suas necessidades.

 

O Que São Passivações?

Nos últimos anos, a indústria solar evoluiu significativamente, trazendo melhorias na eficiência e na durabilidade dos módulos fotovoltaicos. Um dos avanços mais relevantes foi o desenvolvimento de técnicas de passivação, que ajudam a reduzir perdas de energia dentro das células solares.

Diferente da classificação tradicional das células fotovoltaicas em monocristalinas, policristalinas e de filme fino, tecnologias como PERC, TOPCon e HJT são métodos adicionais de otimização, aplicados sobre as células de silício para aumentar sua eficiência e estabilidade ao longo do tempo.

  • PERC (Passivated Emitter and Rear Cell) → Introduz uma camada reflexiva na parte traseira da célula, melhorando a captação da luz.
  • TOPCon (Tunnel Oxide Passivated Contact) → Reduz as perdas elétricas com uma camada ultrafina de óxido passivado.
  • HJT (Heterojunction Technology) → Combina silício cristalino e amorfo para minimizar a recombinação de elétrons.

Essas tecnologias não substituem a distinção entre células monocristalinas e policristalinas, mas complementam seu desempenho.

 

Comparação das Tecnologias

CaracterísticaPERCTOPConHJT
Eficiência (%)20-22%22-24%>24%
Desempenho TérmicoMédioBomExcelente
Degradação no 1º Ano (LID)2-3%0,5-1%<0,5%
Custo de ProduçãoBaixoMédioAlto
Complexidade de FabricaçãoBaixaMédiaAlta
LCOEMédioBaixoMuito Baixo
Aplicação IdealResidencial/ComercialComercial/IndustrialUsinas Solares

 

1) Células PERC: Eficiência e Custo-Benefício

A tecnologia PERC adiciona uma camada de passivação na parte traseira da célula solar, reduzindo a recombinação de elétrons e aumentando a eficiência.

Vantagens:

  • Eficiência: alcança entre 20% e 22%.
  • Custo de Produção: relativamente baixo, tornando-se uma opção econômica.
  • Desempenho em Baixa Luminosidade: boa performance mesmo em dias nublados.

 

Desvantagens:

  • Degradação Induzida pela Luz (LID): perda de eficiência de aproximadamente 2% a 3% no primeiro ano.
  • Menor Estabilidade Térmica: desempenho pode ser afetado em altas temperaturas.

 

2) Células TOPCon: Eficiência Superior e Estabilidade

A tecnologia TOPCon aprimora o design PERC ao adicionar uma camada ultrafina de óxido de silício, melhorando a passivação e reduzindo as perdas elétricas.

Vantagens:

  • Eficiência: varia entre 22% e 24%.
  • Estabilidade Térmica: melhor desempenho em altas temperaturas.
  • Menor Sensibilidade ao LID: degradação inicial de cerca de 0,5% a 1%.

Desvantagens:

  • Custo de Produção: mais elevado que o PERC.
  • Complexidade de Fabricação: requer processos mais sofisticados.

 

3) Células HJT: Máxima Eficiência e Longevidade

A tecnologia HJT (Heterojunction Technology) combina camadas de silício cristalino e amorfo, resultando em células com alta eficiência e baixa degradação.

Vantagens:

  • Eficiência: superior a 24%.
  • Desempenho Térmico: excelente estabilidade em altas temperaturas.
  • Resistência ao LID: degradação mínima no primeiro ano.

Desvantagens:

  • Custo de Produção: significativamente mais alto.
  • Disponibilidade: ainda limitada no mercado.

 

Análises Gráficas

1) Perda de Eficiência ao Longo do Tempo

Figura 1 - Queda de eficiência com o aumento da temperatura entre PERC, HJT e TOPCon.
Figura 1 – Queda de eficiência com o aumento da temperatura entre PERC, HJT e TOPCon.

 

2) Impacto da Temperatura na Potência dos Módulos

Perda de Potência a 40°C:

  • PERC (-0,35%/C°): perde ~26,3W.
  • TOPCon (-0,30%/C°): perde ~22,5W.
  • HJT (-0,26%/C°): perde ~19,5W.
Figura 2 - Queda de potência com o aumento da temperatura entre PERC, HJT e TOPCon.
Figura 2 – Queda de potência com o aumento da temperatura entre PERC, HJT e TOPCon.

 

Diferenças Visuais Perceptivas

Embora as tecnologias PERC, TOPCon e HJT sejam diferenciadas principalmente por suas características técnicas e desempenho, algumas diferenças visuais podem ser notadas.

  • PERC: Normalmente apresenta uma coloração azul mais uniforme, característica das células monocristalinas, mas com reflexos devido à camada passivada na parte traseira.
  • TOPCon: Pode ter uma aparência semelhante ao PERC, mas com uma leve tonalidade mais escura, resultado das mudanças na estrutura da passivação.
  • HJT: Frequentemente possui uma coloração mais escura e uniforme, quase preta, devido à combinação de silício amorfo e cristalino. Além disso, módulos HJT frequentemente utilizam a tecnologia zero BB (Busbarless), eliminando as barrinhas condutoras na parte frontal da célula, o que resulta em um design mais limpo e melhora a captação da luz solar.

Essas diferenças podem ser percebidas principalmente sob diferentes condições de iluminação e ângulos de visão. Embora não afetem diretamente a eficiência elétrica, podem ser um fator de escolha em aplicações estéticas, como fachadas solares.

 

Conclusão: Qual Tecnologia Escolher?

A escolha entre PERC, TOPCon e HJT depende das suas prioridades e orçamento.

 

  • Se o foco for custo inicial baixo, os módulos PERC ainda são uma escolha viável para projetos residenciais e comerciais de menor escala. No entanto, é importante considerar sua maior degradação ao longo do tempo.
  • Se o objetivo for um equilíbrio entre custo e eficiência, o TOPCon surge como uma alternativa intermediária, oferecendo menor degradação e maior estabilidade térmica do que o PERC, sem um custo inicial tão elevado quanto o HJT.
  • Se a prioridade for máxima eficiência e durabilidade, os módulos HJT são a melhor opção. Sua menor degradação e desempenho superior a longo prazo fazem com que, apesar do custo inicial mais alto, apresentem maior rentabilidade ao longo da vida útil.

 

Cada tecnologia tem seu espaço no mercado e pode atender a diferentes perfis de consumidores e aplicações. Avaliar fatores como condições climáticas, disponibilidade no mercado e retorno sobre investimento ajudará a tomar a melhor decisão para seu projeto fotovoltaico.

Independentemente da escolha, é essencial analisar não apenas o custo inicial, mas o retorno ao longo da vida útil do sistema. Um projeto bem planejado leva em conta a eficiência, a degradação e o impacto das condições climáticas, garantindo o melhor aproveitamento da tecnologia escolhida.

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